Mas a empresa japonesa ainda não desistirá de seus próprios consoles.

Nintendo, parece que estamos começando a nos entender. Após anos de crise financeira e muitas negações a respeito de mudar seu tradicional formato de fazer jogos, você finalmente aceitou a impermanência da vida e decidiu rumar para o mercado de jogos para dispositivos móveis.

É isso mesmo: prestes a completar 126 anos, a companhia de Hiroshi Yamauchi se rendeu às pressões da indústria e anunciou, no início desta terça-feira (17), a parceria com a japonesa DeNA Co., um dos principais nomes em desenvolvimento mobile da Terra do Sol Nascente.

A aliança entre ambas “complementa o negócio de sistemas dedicados de videogames da Nintendo, assim como amplia o alcance da empresa para o vasto mercado de usuários de dispositivos inteligentes ao redor do mundo. Sob a aliança, a DeNA também conseguirá fortalecer o negócio de jogos em uma escala global, ao usar propriedades intelectuais da Nintendo”, diz o comunicado.

“A fim de garantir a qualidade da experiência esperada pelos consumidores […] serão criados apenas jogos originais otimizados para funcionalidades de dispositivos inteligentes, em vez de portar jogos criados especificamente para o Wii ou o Nintendo 3DS”, segundo a DeNA.

Com essa atitude, a Nintendo mostra que baixou as barreiras de proteção, mas não vai deixar de lado a qualidade com a qual sempre entregou seus produtos. Se é para entrar no mundo mobile, que seja um mergulho de cabeça e bem equipado: nada de versões toscas como já temos atualmente, oriundas das muitas ROMs e emuladores que encontramos para celulares. Os próximos jogos desenvolvidos pela empresa serão pensados para smartphones e desenvolvidos exclusivamente para eles.

O passo dado pela companhia tem um forte potencial de ampliar seu público consumidor, já que a maior parcela de gamers, hoje, se concentra nos jogadores de smartphones, uma demanda que os portáteis da Nintendo (2DS, 3DS e New 3DS) ainda não conseguem atender.

De acordo com uma pesquisa da Sioux, que questionou 909 jogadores de todo o Brasil, 82,2% do público informou que gasta suas horas vagas jogando em celulares. A companhia presidida por Iwata prova fazer bom uso da paciência oriental: se é para ceder às pressões, que isso seja feito no momento certo, da forma certa.

O segredo do Nintendo NX

Nada disso quer dizer que a Nintendo desistiu dos seus princípios e abandonou seus consoles: além de terceirizar o serviço para a DeNA, a empresa aproveitou para anunciar que já tem outro videogame despontando por aí.

“Para provar que a Nintendo continua com seu forte entusiasmo no desenvolvimento de sistemas de jogos, me deixem confirmar que a Nintendo já está desenvolvendo uma plataforma dedicada para jogos com um conceito totalmente novo, sob o codinome de NX. Ainda é muito cedo para dar detalhes sobre o projeto, mas nós esperamos compartilhar mais informações com vocês no próximo ano”, disse Iwata em seu pronunciamento durante o programa, no vídeo abaixo:

O presidente da empresa disse, tempos atrás, que seus próximos hardwares deveriam possuir estruturas semelhantes, o que nos deixa com uma pulga atrás da orelha: será o NX a próxima geração do pobre coitado Wii U, ou o encontro do sucesso 3DS com uma pedra da lua, resultando em um misto de portátil evoluído para console doméstico?

Nos resta aprender com os orientais e treinar nossa paciência, aguardando as novidades que 2016 nos trará.

Fonte original: Tecnoblog