Serviço de mapas passou a ser usado para jogos que querem levar dinossauros, zumbis e fantasmas para o mundo real, além de tomar um banho de realidade aumentada e inteligência artificial.

Dinossauros caminhando na avenida Paulista, principal via da capital paulista, assustariam mais se Pikachu e outros monstrinhos já não tivessem feito isso antes quando Pokémon Go virou febre no ano passado. A novidade por trás do game “Jurassic World Alive” é que ele é um dos primeiros a usar a tecnologia do Google Mapas, aquele serviço que você usa quando não faz ideia de onde fica algum lugar ou quer escapar do trânsito.

Essa é apenas uma das mudanças pelas quais o Mapas está passando, diz Gayathri Rajan, vice-presidente do Google Mapas.

Além de transformar o Mapas, assim como todas as informações contidas lá, em uma plataforma que pode ser usada por jogos, diversos mecanismos de inteligência artificial foram adicionados. Um deles é o que analisa todas as preferências gastronômicas de alguém para sugerir o melhor restaurante.

Mas não só. O Google usa inteligência artificial também nas novas câmeras dos carros que captam imagens para o Street View. Com isso, os robôs são capazes de identificar nomes e números em placas de rua.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

Quando o Google Maps surgiu, a proposta era levar o mundo real para o digital. Em que estágio o serviço está agora?

No passado, você tinha que usar papel para desenhar um mapa. Era algo que durava por muito tempo, mas já estava bom o suficiente. Agora, antes de ir a qualquer lugar, você pesquisa antes no seu celular como chegar lá. Por isso temos que liberar dezenas de atualizações aos mapas todos os dias.

Hoje, o que temos é um mapa com vida própria, atualizado em tempo real. Como o mundo está mudando, temos que seguir de muito perto quais tecnologias usar para saber onde as coisas estão.

Uma das mudanças que fizemos é para resolver um problema simples. Quando você recebe direções para ir caminhando a um lugar, ao começar, você não sabe quando virar à direita ou à esquerda. Tornar as coisas mais simples é algo no que eu acredito que a realidade aumentada pode ajudar. Tínhamos os mapas em papel, passamos ao mapa em tempo real e agora tentamos recriar o mundo real e trazê-lo para os mapas.

Algumas das ferramentas que vocês criaram, como usar inteligência artificial para identificar restaurantes de que as pessoas gostariam, usa informações coletadas no mundo digital para influenciar ações no mundo real. É realmente o intuito do Google?

É um jeito interessante de pensar a respeito. A inteligência artificial, em geral, entende o que está acontecendo, tenta prever a resposta correta e aprende com tudo isso. Essa é a natureza dela. Ela sabe, com base nos dados, a que lugares as pessoas gostam de ir, lugares a que vocês já foi antes.

O Google lançou uma integração do Mapas para desenvolvedores de games transferirem o mundo real para o mundo virtual dos jogos. Essa é uma nova abordagem do Maps?

Nós fornecemos uma plataforma que tem uma visão em 3D do mundo. É algo que pode ser personalizado para o mundo dos games, mas de um jeito muito diferente do mundo real, ainda que baseado nele. Mostramos também quais são os lugares ‘jogáveis’, ou seja, os lugares em que ações dos games podem ocorrer, como aqueles em que você pode colocar o seu dinossauro ou o seu Pokémon.

A realidade aumentada vai ser isso: objetos digitais colocados no mundo real para criar essa noção de que, no mundo, real e digital se tornaram parte da mesma realidade.

O Mapas também tem ferramentas para estabelecimentos comerciais se integrarem no mundo virtual. Vocês acham que precisam pressionar esses negócios para marcarem a presença no mundo virtual?

Não é uma pressão, mas é uma forcinha para novos negócios que estão se tornando interessantes e estão crescendo, como por exemplo as empresas de entrega programada. Elas já usam tecnologia, como o Mapas, para obter direções e rotas e conseguir tocar seus negócios. Também há pequenas companhias que criaram suas operações de entrega como um atalho para conseguir cliente. Nós queremos ajudá-las a se tornar visíveis digitalmente e serem encontradas.

O Google começou a usar um novo sistema nos carros do Street View. O que vocês pretendem fazer com essa informação?

Quando lançamos o Street View há quase uma década, queríamos ajudar as pessoas a se encontrar e a entender como poderia ser um lugar a que elas estavam indo. Agora, conseguimos usar aprendizado de máquina para reconhecer nessas imagens que aquilo é o número dois ou isso é o número da rua. Com isso, podemos construir nosso conhecimento sobre lugares e endereços, o que é muito, muito útil. No Brasil, especificamente, letreiros e placas não são muito pouco visíveis. Essa ferramenta nos ajuda, de uma forma mais econômica, a atestar todos os endereços em nosso banco de dados. De outra forma seria muito difícil checar placa por placa todos os endereços do mundo.

Essa ferramenta ajuda vocês a colocar no mapa um estabelecimento que não estava lá antes?

Isso nos ajuda a fazer atualizações. Isso nos ajuda a perceber se o número de um prédio contém ou não o número dois, por exemplo. Se as informações fornecidas pela cidade não derem conta de que esse estabelecimento existe, essa ferramenta nos ajuda a entender e a criar endereços de forma mais eficiente e rápida.

Muitos pesquisadores criticam sistemas de roteamento, como Maps e Waze, por acreditarem que eles prejudicam o trânsito.

Nossa inteligência artificial está constantemente aprendendo. Se ela vir que o tempo de tráfego estimado para uma rota está muito alto, o modelo aprende e a próxima pessoa a pedir um itinerário vai receber uma sugestão diferente. É realmente dinâmico. Se há congestionamento e um grande número de pessoas está nessa rota, elas rapidamente são orientadas a seguir por outra rota. E você não poderia fazer isso sem aprendizado de máquina. Só é possível porque ela lê o fluxo de dados em tempo real.

Fonte: G1

 

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